NBR 5410: Um Resumo da Norma para Você Entender de Forma Simples e Direta

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Resumo da NBR 5410

A NBR 5410 é a norma técnica brasileira que estabelece as diretrizes para o projeto, execução e manutenção de instalações elétricas de baixa tensão. Seu objetivo principal é garantir a segurança das pessoas, dos bens e o funcionamento adequado das instalações elétricas em edificações residenciais, comerciais e industriais.

Sumário

1. Objetivo da NBR 5410

A norma define as condições que devem ser atendidas para que as instalações elétricas de baixa tensão operem com segurança e eficiência. Ela se aplica a circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal de até 1000V em corrente alternada e 1500V em corrente contínua.

2. Proteção Contra Choques Elétricos

A proteção contra choques elétricos tem dois tipos principais:

Tipo de ProteçãoDescrição
Proteção BásicaImpede contato direto com partes vivas.
Proteção SupletivaGarante que partes metálicas acessíveis não fiquem energizadas em caso de falha.

Proteção Adicional pode ser necessária em certas situações, incluindo:

  • Equipotencialização suplementar
  • Dispositivos diferenciais-residuais (DR) de alta sensibilidade (≤30mA)

Medidas de Proteção Contra Choques Elétricos

2.1 Equipotencialização e Seccionamento Automático

A equipotencialização e o seccionamento automático atuam juntos para evitar choques elétricos.

MedidaDescrição
EquipotencializaçãoInterliga todas as partes metálicas acessíveis a um sistema de aterramento.
Seccionamento AutomáticoInterrompe a corrente rapidamente em caso de falha.

Os tempos máximos de seccionamento dependem do esquema de aterramento adotado.

2.2 Esquemas de Aterramento

EsquemaDescrição
TNNeutro aterrado na origem, massas ligadas ao condutor de proteção.
TTMassas aterradas separadamente, sem ligação direta ao neutro.
ITNeutro isolado da terra ou aterrado por impedância.

2.3 Outras Medidas de Proteção

MedidaDescrição
Isolação Dupla/ReforçadaUtilizada em equipamentos classe II.
Separação ElétricaCircuitos isolados eletricamente para evitar choques.
Uso de Extrabaixa Tensão (SELV e PELV)Redução do risco elétrico em áreas sensíveis.

Limite de Tensão para SELV e PELV:

  • 50V CA / 120V CC (máximo permitido)
  • 25V CA / 60V CC (em condições normais)
  • 12V CA / 30V CC (em áreas molhadas ou de risco)

2.4 Aplicação das Medidas de Proteção

RegraDescrição
Equipotencialização e Seccionamento AutomáticoMedida principal recomendada para a maioria das instalações.
Tempos de SeccionamentoPodem ser maiores em circuitos de distribuição e terminais.
Proteção Adicional ObrigatóriaDR de alta sensibilidade (≤30mA) obrigatório para áreas molhadas e externas.

2.5 Locais Onde DR de Alta Sensibilidade É Obrigatório

  • Tomadas externas
  • Cozinhas, lavanderias, garagens e áreas de serviço
  • Locais com banheira ou chuveiro

2.6 Proteção Parcial Contra Choques Elétricos

Em alguns casos, é permitida uma proteção parcial, por meio de:

  • Obstáculos físicos
  • Colocação de componentes fora do alcance

Permitido apenas para locais acessíveis a pessoas qualificadas ou advertidas.

3. Proteção Contra Efeitos Térmicos

3.1. Proteção Geral

AspectoRequisitos
Proteção de pessoas e equipamentosDeve-se evitar queimaduras, combustão de materiais e comprometimento da segurança dos componentes.
Materiais adjacentes a componentes elétricosDevem ser protegidos contra calor excessivo.
SobrecorrentesTratadas na seção 5.3 da norma.

3.2. Proteção Contra Incêndio

3.2.1. Regras Gerais

  • Componentes elétricos não devem causar incêndios nos materiais ao redor.
  • Devem ser seguidas as instruções dos fabricantes.
  • Medidas de proteção incluem:
    • Uso de materiais resistentes ao calor e de baixa condutividade térmica.
    • Distanciamento adequado entre componentes elétricos e materiais inflamáveis.

3.2.2. Proteção Contra Arcos e Faíscas

Os componentes que geram arcos ou faíscas devem ser:

  • Totalmente envolvidos por material resistente a arcos.
  • Separados de elementos construtivos por materiais resistentes a altas temperaturas.
  • Instalados a uma distância segura para garantir a extinção do arco.

3.2.3. Proteção Contra Concentração de Calor

SituaçãoMedida Necessária
Componentes fixos que acumulam calorDevem ser afastados de materiais sensíveis ao calor.
Superfícies externas que podem atingir temperaturas elevadasDevem estar sobre materiais de baixa condutividade térmica.

3.2.4. Instalações com Líquidos Inflamáveis

Para evitar a propagação do fogo, recomenda-se:

  1. Fossos de drenagem para coletar vazamentos e extinguir chamas.
  2. Câmaras resistentes ao fogo, ventiladas apenas para a atmosfera externa.
  3. Soleiras ou barreiras para impedir a propagação de líquidos inflamáveis.
Volume de Líquido InflamávelRequisitos
≥ 25 litrosMedidas obrigatórias para contenção e segurança.
< 25 litrosApenas precauções básicas para evitar vazamentos.

3.3. Proteção Contra Incêndio em Locais Específicos

3.3.1. Locais BD2, BD3 e BD4 (áreas de difícil evacuação)

ItemRegras Específicas
Linhas elétricasNão podem estar em rotas de fuga, salvo se garantida resistência ao fogo por pelo menos 2 horas.
Caminho das linhas elétricasDevem ser curtas e protegidas contra danos mecânicos.
Cabos e condutosDevem ser não-propagantes de chama, livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça e gases tóxicos.
Dispositivos de proteção e manobraApenas acessíveis a pessoas autorizadas.
Componentes com líquidos inflamáveisProibidos nesses locais.

3.3.2. Locais BE2 (com presença de materiais combustíveis)

  • Apenas os equipamentos estritamente necessários devem estar nesses locais.
  • Precauções contra acúmulo de poeira combustível.
  • Motores devem ter sensores térmicos para evitar superaquecimento.
  • Luminárias devem ter proteção mecânica contra impactos.
  • Circuitos devem ter proteção diferencial-residual (DR) ≤ 500mA.
ComponenteMedida de Segurança
Condutores e cabosDevem ser não-propagantes de chama.
Dispositivos de proteção e comandoDevem estar fora do local BE2, exceto se estiverem em invólucros com grau de proteção mínimo IP4X.
Linhas elétricas que atravessam locais BE2Não devem ter conexões internas a menos que estejam em invólucros resistentes ao fogo.

3.3.3. Locais CA2 (estruturas feitas de materiais combustíveis)

  • Devem ser tomadas medidas para impedir que componentes elétricos inflamem paredes, tetos e pisos.

3.3.4. Locais CB2 (estruturas que favorecem a propagação do fogo)

  • A instalação elétrica deve evitar a propagação de incêndio (ex: efeito chaminé).
  • Pode ser prevista a instalação de detectores de incêndio e sistemas corta-fogo automáticos.

3.4. Proteção Contra Queimaduras

Tipo de Parte AcessívelMaterialTemperatura Máxima Permitida (°C)
Alavancas, volantes ou punhosMetálico55
Alavancas, volantes ou punhosNão-metálico65
Partes previstas para serem tocadas, mas não empunhadasMetálico70
Partes previstas para serem tocadas, mas não empunhadasNão-metálico80
Partes não destinadas a serem tocadasMetálico80
Partes não destinadas a serem tocadasNão-metálico90
  • Componentes que atingem temperaturas superiores ao limite permitido devem ser instalados de forma a impedir o contato acidental.

4. Proteção Contra Sobrecorrentes – Resumo Estruturado

4.1. Generalidades

Condutores vivos devem ser protegidos contra:

  • Sobrecargas
  • Curtos-circuitos

Exceções:

  • Casos onde as sobrecorrentes são limitadas (Seção 5.3.7).
  • Casos específicos onde a proteção pode ser omitida (Seções 5.3.4.3, 5.3.4.4 e 5.3.5.3).

Objetivo da proteção:

  • Evitar danos térmicos e mecânicos.
  • Prevenir a elevação excessiva de temperatura nos condutores.
  • Nota: A proteção dos condutores não garante a proteção dos equipamentos conectados.

4.2. Proteção por Tipo de Circuito

Proteção dos Condutores de Fase

SituaçãoProteção Obrigatória?Observação
Todos os condutores de fase✅ SimExceto no esquema TT (ver abaixo).
Esquema TT sem neutro distribuído❌ Pode ser omitidaDesde que haja proteção diferencial adequada.

Proteção do Condutor Neutro

EsquemaProteção Necessária?Condições
TT e TN❌ Não obrigatóriaSe o neutro tiver mesma seção dos condutores de fase.
TT e TN✅ SimSe o neutro for menor que os condutores de fase, exceto se protegido contra curto-circuito.
IT✅ SimSe o neutro for distribuído, deve ter proteção para todos os condutores.

4.3. Tipos de Dispositivos de Proteção

Tipo de DispositivoProtege Contra Sobrecarga?Protege Contra Curto-Circuito?Exemplos Normativos
Disjuntor✅ Sim✅ SimABNT NBR 5361, IEC 60947-2, NM 60898
Fusível gG✅ Sim✅ SimABNT NBR IEC 60269-1 e 60269-2
Disjuntor + Fusível✅ Sim✅ SimIEC 60947-2, NM 60898
Dispositivo de proteção térmica✅ Sim❌ NãoUsado para proteção contra sobrecargas
Dispositivo de curto-circuito❌ Não✅ SimFusível gM, aM, ou disjuntor específico

4.4. Proteção Contra Sobrecargas

Critérios de Coordenação

A proteção deve atender às seguintes condições:

Fórmula de dimensionamento:

  • IB ≤ In ≤ Iz
  • I₂ ≤ 1,45 × Iz
SímboloDefinição
IBCorrente de projeto
IzCapacidade de condução dos condutores
InCorrente nominal do dispositivo
I₂Corrente de atuação do disjuntor ou fusível

Localização dos Dispositivos:

  • Sempre que houver redução de seção ou mudança na forma de instalação.
  • Pode ser deslocado, desde que o trecho protegido seja curto (<3m) e seguro.

Casos Onde a Proteção Pode Ser Omitida:

  1. Circuitos já protegidos por dispositivos a montante.
  2. Linhas que não estão sujeitas a sobrecargas.
  3. Circuitos de sinal e comando.

Casos Onde a Proteção Deve Ser Omitida Por Segurança:

  • Circuitos de excitação de máquinas rotativas.
  • Eletroímãs para elevação de cargas.
  • Motores de segurança (ex: bombas de incêndio).

4.5. Proteção Contra Curtos-Circuitos

Localização dos Dispositivos

Devem ser instalados onde houver:

  • Mudança de seção dos condutores.
  • Redução na capacidade de condução de corrente.

Casos Onde a Proteção Pode Ser Omitida:

  1. Linhas curtas (<3m) com proteção mecânica reforçada.
  2. Circuitos essenciais, como alimentação de geradores e transformadores.
  3. Circuitos de medição.

4.6. Proteção de Condutores em Paralelo

SituaçãoTipo de Proteção
Condutores em paralelo sem derivação✅ Pode ser protegido por um único dispositivo
Correntes distribuídas igualmente✅ Somar as capacidades dos condutores
Correntes desiguais✅ Cada condutor deve ter proteção individual

4.7. Coordenação Entre Proteção Contra Sobrecargas e Curtos-Circuitos

SituaçãoTipo de Proteção
Mesmo dispositivoO disjuntor ou fusível deve atender ambas as condições
Dispositivos separadosAs características devem ser coordenadas, evitando sobrecarga no dispositivo de menor resistência.

4.8. Limitação das Sobrecorrentes Pelo Tipo de Alimentação

✅ Algumas fontes têm impedância natural que limita a corrente, dispensando dispositivos adicionais:

  • Transformadores de campainha.
  • Transformadores de solda.
  • Geradores térmicos.

5. Aterramento e Equipotencialização 

5.1. Aterramento

O aterramento é fundamental para a segurança elétrica e funcionamento adequado das instalações.

5.1.1. Tipos de Eletrodos de Aterramento

A infraestrutura de aterramento pode ser realizada das seguintes formas:

Tipo de EletrodoCaracterísticas
Armaduras do concretoPreferência na utilização de armaduras do concreto das fundações
Fitas, barras ou cabos metálicosMetais embutidos no concreto das fundações
Malhas metálicas enterradasDispostas no nível das fundações, podendo ser complementadas por hastes verticais e cabos radiais (“pés-de-galinha”)
Anel metálico enterradoCircunda o perímetro da edificação, podendo ser complementado por hastes verticais e cabos radiais

5.1.2. Requisitos do Aterramento

O sistema de aterramento deve:

  • Ser confiável e garantir segurança;

  • Conduzir correntes de falta sem causar danos;

  • Atender aos requisitos funcionais quando aplicável.

5.1.3. Materiais e Dimensões Mínimas dos Eletrodos

MaterialFormaDimensões Mínimas
Aço zincadoFita100 mm x 3 mm
Aço zincadoHaste∅ 15 mm
CobreCabo50 mm²
CobreCordoalha1,8 mm (cada veio)
Tubo metálico25 mm

5.1.4. Conectividade e Proteção

  • Deve ser acessível nos pontos de entrada de condutores.

  • A conexão deve ser segura contra corrosão e garantir continuidade elétrica.

  • Deve-se evitar materiais sujeitos à corrosão eletrolítica.

5.2. Equipotencialização

A equipotencialização reduz diferenças de potencial elétrico para evitar choques elétricos.

5.2.1. Equipotencialização Principal

Deve interligar os seguintes elementos:

  • Armaduras de concreto e estruturas metálicas;

  • Tubulações metálicas (gás, água, esgoto, vapor, ar comprimido, etc.);

  • Condutores de proteção das linhas de energia e sinal;

  • Condutores neutros e de proteção da edificação.

O Barramento de Equipotencialização Principal (BEP) deve estar próximo à entrada da alimentação elétrica.

5.2.2. Equipotencialização Suplementar

Pode ser necessária para:

  • Proteção contra choques elétricos;

  • Minimização de interferências eletromagnéticas.

Os condutores de equipotencialização devem ter dimensões mínimas conforme a tabela:

Tipo de CondutorSeção Mínima
Principal (BEP)6 mm² (cobre), 16 mm² (alumínio) ou 50 mm² (aço)
SuplementarIgual ou maior que o condutor de proteção ligado

5.3. Condutores de Proteção (PE)

Os condutores de proteção garantem o escoamento seguro das correntes de falta.

5.3.1. Seções Mínimas

Tipo de ProteçãoSeção Mínima (Cobre)
Protegido contra danos mecânicos2,5 mm²
Não protegido contra danos mecânicos16 mm²
Solo ácido ou alcalino50 mm²

5.3.2. Condutores de Proteção Permitidos

  • Veias de cabos multipolares.

  • Condutores isolados ou cabos unipolares.

  • Armações e blindagens metálicas de cabos.

  • Eletrodutos metálicos (se garantirem continuidade elétrica).

5.3.3. Condutores de Proteção Proibidos

  • Tubulações de água ou gás;

  • Elementos estruturais sujeitos a esforços mecânicos;

  • Armaduras de concreto.

5.4. Equipotencialização Funcional

Garantia da compatibilidade eletromagnética e funcionamento de circuitos eletrônicos.

Elementos Conectáveis ao BEPFinalidade
Condutores de aterramento de proteção contra sobretensãoMinimizar sobretensão
Condutores de aterramento de antenas de radiocomunicaçãoProteção contra descargas
Condutores de aterramento funcionalAterramento de equipamentos sensíveis

O barramento funcional deve ser:

  • Preferencialmente de cobre;

  • Instalado em superfície acessível.

6. Proteção Contra Sobretensões e Perturbações Eletromagnéticas

6.1. Proteção Contra Sobretensões Temporárias

6.1.1. Ocorrências que Causam Sobretensões Temporárias

Determinadas situações podem levar os circuitos fase-neutro a sofrer sobretensões que podem atingir o valor da tensão entre fases. Essas situações incluem:

  • Perda do condutor neutro em esquemas TN e TT, nos seguintes tipos de sistemas:

    • Sistemas trifásicos com neutro;
    • Sistemas bifásicos com neutro;
    • Sistemas monofásicos a três condutores.
  • Falta à terra envolvendo qualquer condutor de fase em um esquema IT.

Medidas de Proteção

  • No caso de sistemas IT, os componentes da instalação elétrica devem ser selecionados de forma que sua tensão nominal de isolamento seja igual ou superior à tensão nominal entre fases da instalação.
  • No caso de perda do condutor neutro em esquemas TN e TT, a mesma medida deve ser adotada quando as sobretensões constituírem um risco inaceitável.

6.1.2 Instalações em Esquema TT

Nas instalações segundo o esquema TT, é necessário verificar se as sobretensões temporárias provocadas por falta à terra na média tensão (MT) são compatíveis com os componentes da instalação de baixa tensão (BT).

Essa condição é atendida se:

Tempo para eliminação da falta à terraRequisitos de resistência de aterramento (R)
Superior a 5 segundosR×Im≤250VR \times I_m \leq 250V
Inferior ou igual a 5 segundosR×Im≤1.200VR \times I_m \leq 1.200V

Onde:

  • RR = Resistência de aterramento das massas da subestação de transformação MT/BT;
  • ImI_m = Parte da corrente de falta à terra que circula pelo eletrodo de aterramento da subestação.

🔹 Nota: Na seleção dos dispositivos de proteção contra surtos (DPS), deve-se considerar a máxima tensão de operação contínua a que estarão sujeitos no ponto de instalação, bem como a probabilidade de ocorrência de sobretensões temporárias.


6.1.3 Verificação de Sobretensões na Subestação

A verificação da compatibilidade das sobretensões temporárias pode ser limitada aos equipamentos BT da subestação de transformação MT/BT, se o eletrodo de aterramento do condutor neutro for eletricamente distinto do eletrodo de aterramento das massas da subestação.


6.2 Proteção Contra Sobretensões Transitórias

6.2.1 Linhas de Energia

A proteção contra sobretensões transitórias deve ser instalada nos seguintes casos:

  1. Quando a instalação for alimentada por linha aérea e estiver localizada em região com mais de 25 dias de trovoadas por ano (classificação AQ2).
  2. Quando a instalação se situar em região classificada como AQ3.

🔹 Nota: A proteção pode ser dispensada apenas se os riscos forem estritamente materiais e assumidos conscientemente. No entanto, se houver risco à segurança e saúde das pessoas, a proteção é obrigatória.


6.2.2 Linhas de Sinal

Toda linha externa de sinal deve ser protegida contra surtos nos pontos de entrada e saída da edificação. Isso inclui:

  • Linhas metálicas conectadas a redes públicas (ex.: telefonia, TV a cabo);
  • Linhas associadas a antenas externas;
  • Linhas que interligam edificações vizinhas.

Proteções Adicionais

Além da proteção nos pontos de entrada/saída, pode ser necessário instalar proteção ao longo da instalação interna, especialmente para equipamentos mais sensíveis.


6.2.3 Seleção de Componentes Conforme Suportabilidade

Os componentes da instalação devem ser selecionados para suportar sobretensões transitórias de acordo com a Tabela 31:

Tensão Nominal da Instalação (V)Tensão de Impulso Suportável (kV)Categoria de Suportabilidade
120/208, 127/220, 115-230, 120-2404 kVIV
220/380, 230/400, 277/4806 kVIII
400/6908 kVII

🔹 Nota: A tensão de impulso suportável indica o nível máximo de sobretensão que o isolamento de um equipamento pode suportar sem falhas.


6.3. Prevenção de Influências Eletromagnéticas

6.3.1 Eqüipotencialização de Blindagens e Capas Metálicas

  • Todas as blindagens metálicas, coberturas e condutos metálicos devem ser incluídos na eqüipotencialização principal.
  • Quando essa conexão puder gerar ruídos ou corrosão eletrolítica, pode-se utilizar DPS do tipo curto-circuitante.

6.3.2 Medidas para Redução de Interferências

Para minimizar as interferências eletromagnéticas e sobretensões induzidas, devem ser adotadas as seguintes medidas preventivas:

  1. Distanciamento adequado entre fontes de interferência e equipamentos sensíveis.
  2. Uso de filtros e DPS para circuitos que alimentam equipamentos sensíveis.
  3. Blindagem e aterramento de invólucros metálicos.
  4. Separação entre linhas de energia e de sinal, evitando interferências cruzadas.
  5. Uso de cabos blindados para tráfego de sinais.
  6. Evitar o esquema TN-C, conforme detalhado na seção 5.4.3.6.

6.3.3 Separação do Condutor PEN em Sistemas TN-C

Nas edificações alimentadas por esquemas TN-C, o condutor PEN deve ser separado em neutro (N) e condutor de proteção (PE) no ponto de entrada da instalação. Isso converte o sistema para um esquema TN-S (globalmente TN-C-S), proporcionando maior segurança.

🔹 Nota: Essa regra não se aplica a edificações onde se pode descartar o uso de equipamentos eletrônicos sensíveis.

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